Quase 70% das empresas brasileiras sofreram algum tipo de ataque cibernético no último ano, e a média de prejuízo por incidente ultrapassou a marca de R$ 6 milhões. Esses números alarmantes, que crescem anualmente, levantam uma questão crucial para qualquer gestor: o seu sistema de gestão é, de fato, a muralha de proteção que seus dados e clientes merecem?
A era digital transformou a forma como fazemos negócios, mas também abriu portas para novos riscos. A segurança da informação não é mais um custo opcional de TI, mas sim um pilar estratégico que define a confiança do mercado e a continuidade operacional de sua empresa. Manter dados de clientes, informações financeiras e propriedade intelectual seguros é um dever inegociável.
Neste artigo, vamos desmistificar a segurança da informação, focar nas vulnerabilidades de sistema e detalhar as práticas de proteção que você precisa não apenas conhecer, mas sim exigir do seu fornecedor de software. Sua tranquilidade e a fidelidade de seus clientes dependem disso.
Por que a segurança do seu fornecedor de software é sua segurança?
Em um mundo onde a maior parte das operações B2B é mediada por software de terceiros — CRM, ERP, plataformas de marketing —, portanto, a linha entre a sua segurança e a do seu fornecedor se torna tênue, quase inexistente. Quando você contrata um sistema, está, na prática, terceirizando a custódia de alguns dos seus ativos mais valiosos: os dados.
Imagine o seu fornecedor de software como o zelador do seu cofre digital. Se ele usa fechaduras antigas, deixa as chaves expostas ou ignora avisos de invasão, o risco não é só dele: o seu patrimônio é que está em perigo. A responsabilidade por um vazamento, embora caiba inicialmente ao custodiante, recai sobre a sua marca perante o cliente.
Uma falha em um sistema pode expor dados sensíveis, desde informações cadastrais simples até detalhes bancários ou históricos médicos. Essa exposição gera multas pesadas por violação à LGPD, perda irreparável de credibilidade e, em muitos casos, a interrupção das atividades. Portanto, ao avaliar um parceiro de tecnologia, você precisa ir além das funcionalidades e questionar: qual é o compromisso real deles com a segurança da informação? Sua due diligence deve ser rigorosa, pois a proteção de dados do cliente é, afinal, a espinha dorsal da sua reputação.
Práticas de segurança que você deve exigir do seu sistema
Para blindar seu negócio contra as crescentes vulnerabilidades de sistema, você precisa ser um cliente exigente. Não aceite somente promessas; solicite por recursos e políticas comprovadas de segurança da informação.
Criptografia de dados em trânsito e em repouso
A criptografia é o método mais fundamental de proteção de dados do cliente. Ela funciona como um código secreto, embaralhando as informações de forma que só possam ser lidas por quem tem a chave correta.
Existem dois momentos cruciais em que a criptografia é indispensável:
- Em trânsito: ocorre enquanto os dados estão sendo transmitidos entre o seu computador e o servidor do sistema, como ao fazer um login ou enviar um formulário. Seu fornecedor deve usar protocolos como TLS/SSL (Transport Layer Security). Repare no “cadeado” e no “https://” na barra de endereço; isso indica que a comunicação está criptografada.
- Em repouso: os dados estão armazenados nos servidores do sistema. A criptografia nesse estado garante que, mesmo que um invasor consiga acessar o banco de dados, as informações que ele encontrará serão ilegíveis, impedindo o uso indevido de senhas, documentos e outros dados.
O que exigir: pergunte quais algoritmos de criptografia são utilizados (por exemplo, AES-256) e confirme se eles são aplicados tanto na comunicação quanto no armazenamento permanente.
Autenticação de dois fatores (2FA)
Senhas fracas ou reutilizadas são uma das principais fontes de vulnerabilidades de sistema. A autenticação de dois fatores (2FA), ou verificação em duas etapas, mitiga drasticamente esse risco.
A 2FA adiciona uma camada de segurança que exige que o usuário apresente duas formas de verificação de identidade de categorias diferentes, geralmente:
- Algo que você sabe (sua senha);
- Algo que você tem (um código temporário gerado em um aplicativo autenticador ou enviado por SMS/e-mail).
Mesmo que um hacker consiga roubar a senha do seu colaborador, ele não conseguirá acessar a conta sem o segundo fator, que está em posse física do usuário.
O que exigir: a opção de 2FA deve estar disponível e ser altamente recomendada ou até obrigatória para todos os usuários do sistema, especialmente aqueles com acesso a dados críticos.
Conformidade com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados)
No Brasil, a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) é o principal marco regulatório para a segurança da informação e a proteção de dados do cliente. Ela impõe regras claras sobre como as informações pessoais devem ser coletadas, usadas, armazenadas e eliminadas.
Um software que se preze deve ser um parceiro na sua conformidade legal. Isso significa que a plataforma precisa ter funcionalidades que permitam:
- Gerenciamento de consentimento: registrar e gerenciar a permissão explícita do cliente para o uso de seus dados.
- Direito de acesso e exclusão: facilitar a busca e a exclusão definitiva dos dados de um cliente, caso ele solicite (o famoso “direito ao esquecimento”).
- Registro de acesso: manter logs detalhados de quem acessou e o que foi feito com os dados, para fins de auditoria.
O que exigir: seu fornecedor deve provar que a arquitetura do sistema foi desenhada pensando em privacidade (Privacy by Design), o que é um requisito central da LGPD.
Testes de invasão e auditorias de segurança
Nenhum software é 100% invulnerável. O que diferencia um fornecedor responsável é o seu processo contínuo de identificação e correção de falhas. É aqui que entram os Testes de Invasão (Penetration Tests ou Pentests) e as Auditorias.
- Testes de invasão: são simulações de ataques cibernéticos realizadas por especialistas (hackers éticos) para descobrir falhas de segurança antes que criminosos o façam.
- Auditorias de Segurança: Análises detalhadas dos códigos-fonte, configurações de rede e políticas internas para garantir que tudo esteja em conformidade com as melhores práticas.
O que exigir: peça por relatórios atualizados e periódicos desses testes. Fornecedores sérios submetem seus sistemas a pentests anuais ou semestrais, realizados por empresas independentes e renomadas na área de segurança. Isso demonstra um compromisso proativo em eliminar as vulnerabilidades de sistema.
Certificados de segurança: o que significam e quais procurar?
Para além das funcionalidades e práticas descritas acima, há selos de qualidade reconhecidos globalmente que atestam o nível de maturidade de um fornecedor em segurança da informação. Esses certificados são sua garantia de que o parceiro segue padrões internacionais rigorosos.
ISO 27001
A ISO 27001 é a norma internacional mais respeitada para a gestão da segurança da informação. Ela não apenas define requisitos para o sistema em si, mas para todo o Sistema de Gestão de Segurança da Informação (SGSI) de uma empresa.
Quando um fornecedor possui a certificação ISO 27001, ele prova que:
- Identificou os riscos de segurança de forma sistemática.
- Implementou controles para mitigar esses riscos (políticas, procedimentos, tecnologias).
- Monitora e aprimora continuamente seu sistema de segurança.
Significado: esse certificado garante que o fornecedor pensa em segurança de forma holística, protegendo não só o software, mas também seus colaboradores, processos e infraestrutura.
SOC 2
O SOC 2 (System and Organization Controls 2) é um relatório de auditoria específico dos EUA, mas com reconhecimento global, focado em como o fornecedor gerencia os dados de seus clientes. Ele avalia a eficácia dos controles de uma empresa de serviços em relação a cinco “Princípios de Serviços de Confiança”:
- Segurança (prevenção contra acessos não autorizados);
- Disponibilidade (capacidade de acesso e uso do sistema);
- Integridade do Processamento (dados completos e precisos);
- Confidencialidade (proteção de informações sigilosas);
- Privacidade (proteção de dados do cliente conforme a política da empresa).
Significado: um relatório SOC 2 Tipo II, que avalia a eficácia dos controles ao longo de um período (geralmente 6 a 12 meses), é um dos maiores indicadores de que um fornecedor leva a segurança a sério.
Como manter a segurança dentro da sua própria empresa
A melhor tecnologia de segurança do mundo pode ser derrubada pela falha humana. A segurança da informação é uma responsabilidade compartilhada. Depois de garantir que o seu sistema tem as proteções exigidas, é hora de olhar para dentro da sua própria operação.
Aqui estão práticas essenciais para evitar vulnerabilidades de sistema internas:
- Treinamento constante em conscientização: a maioria dos incidentes de segurança começa com um phishing ou engenharia social. Treine seus colaboradores regularmente para reconhecer e-mails suspeitos, não clicar em links desconhecidos e nunca compartilhar senhas.
- Política de senhas fortes e únicas: exija o uso de senhas complexas (combinação de letras maiúsculas, minúsculas, números e símbolos) e force a troca periódica. Ferramentas de gerenciamento de senhas são altamente recomendadas.
- Controle de acesso baseado em função (Role-Based Access Control – RBAC): seus colaboradores devem ter acesso apenas aos dados e funcionalidades estritamente necessários para suas funções. Um vendedor não precisa de acesso a relatórios de RH. O princípio do “menor privilégio” minimiza o dano de um login comprometido.
- Uso de redes seguras (VPN): para colaboradores que trabalham remotamente, exija que a conexão com o sistema corporativo seja feita através de uma Rede Privada Virtual (VPN) robusta, que criptografa o tráfego de dados e impede a interceptação em redes públicas.
- Gerenciamento de dispositivos móveis (MDM): se a sua equipe usa dispositivos móveis (celulares ou tablets) para acessar informações do sistema, implemente uma política MDM que permita apagar remotamente os dados corporativos em caso de perda ou roubo.
Proteger dados sensíveis é particularmente crucial em setores como a saúde. Para aprofundar-se nesse tema, confira nosso artigo sobre Segurança da Informação na Saúde: como proteger dados sensíveis de pacientes.
Conclusão
A segurança da informação deixou o departamento de TI para se tornar uma pauta vital na mesa de qualquer gestor. A proteção de dados do cliente, a conformidade com a LGPD e a mitigação de vulnerabilidades de sistema são fatores que impulsionam ou destroem a confiança no mercado digital.
Vimos que a segurança começa com a escolha de um fornecedor de software que tenha a segurança da informação em seu DNA. Exigir práticas como criptografia robusta, autenticação de dois fatores, conformidade com a LGPD e, principalmente, a posse de certificados como o ISO 27001 ou SOC 2, é o mínimo que você pode fazer para resguardar seu negócio.
A transparência do seu fornecedor é um termômetro da sua própria segurança. Se ele evita falar sobre pentests ou não tem relatórios de auditoria para apresentar, é um sinal de alerta. Na Meets, compreendemos que nosso compromisso com a segurança é o seu alicerce de confiança.
Não terceirize apenas o sistema; terceirize a segurança, mas faça isso com um parceiro que comprove sua excelência. Dê o próximo passo em sua due diligence: avalie hoje as políticas e certificações de segurança do seu sistema de gestão. Sua tranquilidade e a segurança dos seus clientes valem o investimento em tempo e rigor.
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